“Quem puder me dizer por que um
quadro é bonito ganha um vinho de presente!”
Essa frase tão difícil de ser
respondida foi dita pelo pintor francês Edgar Degas (1834-1917) e questiona o
que é belo, ou melhor, o que caracteriza a beleza de uma obra de arte.
Gostar de determinado quadro é
uma questão de gosto?
Princípios do belo
Indo a fundo nessa questão, a
psicologia deu seu parecer sobre esse assunto. Foram realizados testes
psicológicos e comprovado que existem regras estéticas que caracterizam a
beleza de um objeto artístico.
A primeira dessas regras existe
desde o início da Renascença, porém a maioria dos artistas não conseguia
reproduzi-la de modo preciso. Essa regra era a perspectiva espacial e essa
dificuldade se deve ao fato da reprodução passar de um mundo tridimensional
para a tela bidimensional.
Qual dessas imagens é a mais
bela?
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Jesus diante de Caifás, de Giotto di Bondone (1267-1337) |
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A Santíssima Trindade 1427, de Masolino da Panicale (1383-1447)
Se você acha que é a segunda
imagem, está evidenciando o resultado desse teste psicológico. Na primeira
imagem a sensação talvez é de desconforto, isso ocorre porque as linhas de fuga
(linhas brancas) não estão convergindo para o mesmo ponto (ponto de fuga). O pintor
tentou fazer isso na abóbada do teto, porém não conseguiu. No plano abaixo
pintou também os degraus da escada fora do ponto de fuga, utilizando a velha
perspectiva isométrica.
A razão de ter escolhido a
segunda imagem como bela é garantida intuitivamente pelo uso correto da perspectiva central, ou
seja, as linhas de fuga estão convergindo para o mesmo ponto, retratando a imagem
como é realmente vista.
Outra regra relatada pelos
psicólogos é sobre as formas geométricas. Quanto mais fácil de identificá-las
maior prazer acontece. Esse prazer também ocorre quando reconhecemos os objetos
e se eles estão no seu devido lugar. Inconscientemente nosso cérebro assimila
com mais facilidade formas que se repetem com regularidade, evidenciando que a
ordem e a regularidade origina uma experiência sensorial plena de prazer.
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Bibliografia:
KERSTEN, Bernd. Do jeito que a
gente gosta. Mente cérebro, São Paulo: Duetto, nº 17, p. 26 – 31.